Foram contabilizados como o maior número do período, desde 2003
Nos primeiros oito meses de 2019 tivemos 71.497 focos de queimadas contra 39.194 do ano anterior Imagem: g1.globo.com |
Ana Clara Gomes e
Júlia Yasmin.
Fonte: g1.globo.com
Em: 02/05/24
O Brasil registrou 17.182 focos de queimadas nos primeiros quatro meses deste ano, o maior número para o período janeiro-abril desde 2003, quando 16.988 focos foram registrados.
Quando comparamos os biomas do país, os números também mostram um cenário de alta. Na Amazônia, por exemplo, com 8.977 focos, o primeiro quadrimestre de 2024 registrou a taxa mais alta de queimadas desde 2016. Naquele ano, o bioma teve um recorde de 9.315 focos entre janeiro e abril.
Já no Cerrado, que vem tendo altas taxas de desmatamento desde o ano passado, o primeiro quadrimestre de 2024 registrou a taxa mais alta do bioma de toda série histórica do Inpe, que começou em 1998.
Somente de janeiro a abril deste ano o bioma teve 4.575 focos. No Pantanal, ainda de acordo com os dados do Inpe, 653 focos foram registrados nesse começo de ano. Desde 2020, quando as queimadas devastaram o bioma e mataram milhões de animais não se via uma taxa tão alta para esse período.
Em nota enviada ao g1, o Ministério do Meio Ambiente, explicou que os incêndios florestais que vêm sendo registrados no Brasil e em países vizinhos, como Chile e Colômbia, estão sendo agravados por dois fatores já conhecidos: as mudanças climáticas no curso e por um dos El Niños mais severos já registrados no mundo.
“O grave aquecimento registrado nos últimos meses provocou mudanças de padrão, como o avanço do fogo para áreas de vegetação nativa”, destacou a pasta. A análise é semelhante à de especialistas, que também destaca o manejo florestal e o aumento do desmatamento em alguns biomas como fatores no jogo.
Isso porque durante o processo de desmatamento, as árvores são primeiramente removidas utilizando métodos como o correntão- que possibilita uma rápida retirada da vegetação nativa. Em seguida, é comum que uma área desmatada seja incendiada, o que resulte em incêndios florestais.
Dessa forma, os dados anteriores de desmatamento funcionam como indicadores de extensão e impacto das queimadas, uma vez que estão diretamente ligados à frequência e gravidade dos incêndios. Esses eventos climáticos extremos causaram um aumento sem precedentes nos incêndios florestais. E apesar da redução de 50% no desmatamento da Amazônia no ano passado, os incêndios ainda persistem devido a outras atividades humanas, como a abertura de pastagens e áreas agrícolas. — Carlos Nobre, climatologista.
O índice que Nobre cita é o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal, que caiu pela metade no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula — o melhor índice desde 2018. Por outro lado, o Cerrado registrou um aumento de 43% em 2023 , atingindo o maior índice da série histórica do Deter no bioma.
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