Wednesday, June 19, 2024

Brasil registra taxa inédita de queimadas

Foram contabilizados como o maior número do período, desde 2003



Nos primeiros oito meses de 2019 tivemos 71.497 focos de queimadas contra 39.194 do ano anterior
Imagem: g1.globo.com 

                                                                                      



Ana Clara Gomes e

Júlia Yasmin.

Fonte: g1.globo.com

Em: 02/05/24

 

O Brasil registrou 17.182 focos de queimadas nos primeiros quatro meses deste ano, o maior número para o período janeiro-abril desde 2003, quando 16.988 focos foram registrados. 


Os dados oficiais foram divulgados nesses últimos dias pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Segundo especialistas e o próprio Ministério do Meio Ambiente, todo esse aumento é uma consequência direta da piora climática do mundo e do poderoso El Niño deste ano, que trouxe secas longas principalmente para a Amazônia. 


Quando comparamos os biomas do país, os números também mostram um cenário de alta. Na Amazônia, por exemplo, com 8.977 focos, o primeiro quadrimestre de 2024 registrou a taxa mais alta de queimadas desde 2016. Naquele ano, o bioma teve um recorde de 9.315 focos entre janeiro e abril. 


Já no Cerrado, que vem tendo altas taxas de desmatamento desde o ano passado, o primeiro quadrimestre de 2024 registrou a taxa mais alta do bioma de toda série histórica do Inpe, que começou em 1998. 


Somente de janeiro a abril deste ano o bioma teve 4.575 focos. No Pantanal, ainda de acordo com os dados do Inpe, 653 focos foram registrados nesse começo de ano. Desde 2020, quando as queimadas devastaram o bioma e mataram milhões de animais não se via uma taxa tão alta para esse período. 


Em nota enviada ao g1, o Ministério do Meio Ambiente, explicou que os incêndios florestais que vêm sendo registrados no Brasil e em países vizinhos, como Chile e Colômbia, estão sendo agravados por dois fatores já conhecidos: as mudanças climáticas no curso e por um dos El Niños mais severos já registrados no mundo. 


“O grave aquecimento registrado nos últimos meses provocou mudanças de padrão, como o avanço do fogo para áreas de vegetação nativa”, destacou a pasta. A análise é semelhante à de especialistas, que também destaca o manejo florestal e o aumento do desmatamento em alguns biomas como fatores no jogo. 


Isso porque durante o processo de desmatamento, as árvores são primeiramente removidas utilizando métodos como o correntão- que possibilita uma rápida retirada da vegetação nativa. Em seguida, é comum que uma área desmatada seja incendiada, o que resulte em incêndios florestais. 


Dessa forma, os dados anteriores de desmatamento funcionam como indicadores de extensão e impacto das queimadas, uma vez que estão diretamente ligados à frequência e gravidade dos incêndios. Esses eventos climáticos extremos causaram um aumento sem precedentes nos incêndios florestais. E apesar da redução de 50% no desmatamento da Amazônia no ano passado, os incêndios ainda persistem devido a outras atividades humanas, como a abertura de pastagens e áreas agrícolas. — Carlos Nobre, climatologista. 


O índice que Nobre cita é o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal, que caiu pela metade no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula — o melhor índice desde 2018. Por outro lado, o Cerrado registrou um aumento de 43% em 2023 , atingindo o maior índice da série   histórica do Deter no   bioma.






Cidades inteiras do Sul terão que mudar de lugar, diz pesquisador

Ecólogo defende áreas prioritárias seguras e adaptar a cidade para eventos climáticos extremos


Vista de drone mostra barco com voluntários em busca de pessoas isoladas em casas no bairro de Mathias Velho, em Canoas (Rio Grande do Sul)
Imagem: g1.globo.com



Ana Clara Gomes e 

Júlia Yasmin

Fonte: g1.globo.com

09/05/24


   O alerta acima, feito em junho de 2022 durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Pelotas e apontado em vídeos nas redes sociais como “profecia” à luz das inundações que já deixaram pelo menos 90 mortos no Rio Grande do Sul, é do ecólogo Marcelo Dutra da Silva.

 

   Na ocasião, durante um debate sobre mudanças climáticas, o pesquisador chamou a atenção para o fato de que muitas cidades gaúchas estavam totalmente despreparadas para chuvas extremas: não sabiam quais eram suas áreas de risco, quais regiões eram vulneráveis ​​a inundações, ou quem. 


  Os primeiros moradores do estado são atingidos pelas águas. Em geral, as áreas mais valorizadas pelo setor imobiliário para grandes empreendimentos e pela própria população são justamente as mais vulneráveis ​​às inundações.


 O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, já declarou que o Estado vai precisar de um “plano Marshall”, fazendo referência ao plano de retirada na Europa após a Segunda Guerra Mundial.    

Polícia Ambiental resgata seis aves silvestres de cativeiro e aplica multas de R$ 7,2 mil contra infratores

Pássaros moravam em duas residências no   Jardim Brasil Novo, em Presidente Prudente


Ocorrências foram registradas no Jardim Brasil Novo, em Presidente Prudente (São Paulo)
Imagem: g1.globo.com


Ana Clara Gomes e 

Júlia Yasmin

Fonte: g1.globo.com

08/06/23


  A Polícia Militar Ambiental resgatou, nesses últimos dias, seis aves silvestres que foram mantidas irregularmente em cativeiro em duas residências no Jardim Brasil Novo, em Presidente Prudente (São Paulo), e ainda aplicou multas que totalizaram R$ 7,2 mil aos infratores responsáveis pelo aprisionamento dos pássaros. Além disso, os dois homens envolvidos também responderão criminalmente. 


  Na primeira casa fiscalizada, os policiais constataram que o morador, um homem, de 59 anos, mantinha quatro aves nativas em cativeiro sem autorização do órgão ambiental competente, sendo três coleirinhas-papa-capim e um tico-tico-rei. O envolvido recebeu um auto de infração ambiental no valor de R$ 2 mil por ter em espécimes da fauna silvestre. As aves, como apresentações em estado bravio, foram soltas em seu habitat natural, e as gaiolas foram destruídas.


  Na outra fiscalização, os militares depararam-se com um homem, de 33 anos, realizando a soltura de uma ave da espécie coleira-papa-capim. Ele disse ser criador amadorista de passeriformes e ter em seu plantel duas aves sem anilha, sendo um azulão e um trinca-ferro. Além disso, ele também possuía outra ave anilhada da espécie azulão que não estava na relação de seu plantel. 


  Diante das irregularidades constatadas, o homem recebeu três autos de infração ambiental, que totalizaram R$ 5,2 mil: um no valor de R$ 2,2 mil por reintroduzir na natureza exemplares da fauna silvestre, referentes à soltura do primeiro pássaro; Um no valor de R$ 1 mil por ter em cativeiro duas aves da fauna silvestre (um azulão e um trinca-ferro); e outro no valor de R$ 2 mil para deixar de manter atualizado o registro de acervo faunístico. As aves da espécie azulão e trinca-ferro que estavam sem anilha foram soltas a natureza por apresentarem estado bravio. Já o azulão que estava anilhado ficou sob responsabilidade do infrator até a regularização do seu plantel.




Ocorrências foram registradas no Jardim Brasil Novo, em Presidente Prudente (São Paulo)
Imagem: g1.globo.com